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Estudos sugerem que Ozempic pode aumentar risco de doença ocular rara

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Ozempic pode dobrar risco de doença ocular rara, sugerem novos estudos
A semaglutida, que é o componente principal do Ozempic, retarda o esvaziamento gástrico, levando ao emagrecimento • NurPhoto/GettyImages

Dois estudos recentes conduzidos por pesquisadores da University of Southern Denmark (SDU) trouxeram à tona uma descoberta preocupante: o uso de Ozempic para tratar diabetes tipo 2 pode aumentar o risco de danos ao nervo óptico do olho, potencialmente levando à perda severa e permanente da visão. Essas pesquisas, publicadas em revistas científicas renomadas, reforçaram uma preocupação anterior levantada por estudos anteriores nos Estados Unidos.

Os estudos, realizados na Dinamarca, onde o Ozempic é utilizado por mais de 100 mil pacientes com diabetes tipo 2, analisaram os dados desses usuários e observaram um aumento significativo nos casos de NAOIN (neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica) desde a introdução do medicamento no mercado em 2018. Jakob Grauslund, líder de um dos estudos, destacou que a incidência de casos de NAION praticamente dobrou desde então.

A NAION é uma condição grave e irreversível que resulta da interrupção súbita do suprimento de sangue para o nervo óptico, causando perda visual significativa. Além do diabetes, fatores de risco como pressão alta, colesterol elevado e tabagismo contribuem para o desenvolvimento dessa condição.

Os pesquisadores dividiram os pacientes em grupos para analisar o risco de NAION entre aqueles tratados com Ozempic e aqueles que receberam outros medicamentos para diabetes tipo 2. Em ambos os estudos, ficou evidente que o risco de desenvolver NAION era significativamente maior entre os pacientes que utilizavam Ozempic.

Apesar dos achados alarmantes, os pesquisadores não recomendam a interrupção do tratamento com Ozempic. Eles ressaltam a importância de uma avaliação individualizada dos benefícios e riscos do uso do medicamento entre médicos e pacientes.

A Novo Nordisk, empresa responsável pelo desenvolvimento do Ozempic, reafirmou a segurança do medicamento após uma cuidadosa avaliação dos estudos. A farmacêutica ressaltou que, embora tenha sido observado um aumento relativo no risco de NAION, o número absoluto de casos é baixo e não há uma relação causal definitiva entre o Ozempic e a condição.

Esses estudos trazem à tona a importância da vigilância e do acompanhamento dos efeitos colaterais dos medicamentos, especialmente em pacientes com condições crônicas como o diabetes. Qualquer decisão relacionada ao tratamento com Ozempic deve ser tomada em consulta com um profissional de saúde, considerando cuidadosamente os potenciais benefícios e riscos.

Em suma, os estudos realizados na Dinamarca reforçam a necessidade de monitoramento contínuo e análise rigorosa dos medicamentos utilizados no tratamento do diabetes tipo 2, visando garantir a segurança e a eficácia dos mesmos para os pacientes.

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