Israel intensifica ofensiva em Rafah
A situação em Gaza se tornou mais tensa após Israel iniciar uma ofensiva aérea e terrestre em Rafah, a maior cidade da região que permanecia fora do controle direto do país. Embora Israel e os EUA tenham afirmado se tratar de uma operação limitada, os temores de uma ofensiva em grande escala estão aumentando, especialmente devido à evacuação de mais de 100.000 palestinos da parte leste da cidade.
Israel assume controle de passagem de fronteira
Os militares israelenses assumiram o controle do lado de Gaza da passagem de fronteira de Rafah com o Egito, após realizar ataques aéreos na região. A evacuação dos palestinos provocou cenas de famílias fugindo para o norte, em meio a oito meses de combates na região. O gabinete de guerra de Israel votou para avançar com a operação, mesmo com as negociações de cessar-fogo em andamento no Cairo e em Israel.
Israel alega que quatro batalhões do Hamas estão operando a partir de Rafah, tornando a cidade um alvo estratégico. Representantes do Hamas, Egito, Catar e EUA se reuniram no Cairo para discutir os termos de um possível cessar-fogo, mas as negociações ainda não chegaram a um consenso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou que Israel atacará Rafah, apesar das advertências dos EUA sobre a proteção dos civis.
Riscos humanitários em meio ao conflito
A destruição em Gaza e o alto número de mortes têm preocupado organizações humanitárias e internacionais, que alertam para a possibilidade de uma invasão em Rafah resultar em uma catástrofe humanitária. A ONU e grupos de ajuda médica estão enfrentando dificuldades para fornecer suprimentos essenciais, como alimentos, água potável e ajuda médica, devido aos ataques em curso.
A situação na região é ainda mais grave devido ao fechamento das passagens de fronteira em Rafah entre Gaza e o Egito, além do risco de escassez de alimentos e combustível. A suspensão das operações de ajuda médica em função do conflito agrava a situação, colocando a população local em um estado de vulnerabilidade extrema.
Objetivos de Israel em Rafah
O objetivo declarado da operação em Rafah é atingir os batalhões do Hamas que estão baseados na região. Israel busca a destruição do Hamas, tanto politicamente quanto militarmente, o que poderia impactar futuras ações não apenas em Rafah, mas em Gaza como um todo. Mesmo com a possibilidade de um cessar-fogo, Israel mantém a postura de continuar a guerra até atingir seus objetivos.
O Hamas, por sua vez, exige o fim total das hostilidades e a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, o que tem sido um ponto de discordância nas negociações de paz. A falta de consenso entre as partes envolvidas tem dificultado a busca por um acordo que ponha fim ao conflito na região.
Desafios no processo de cessar-fogo
Israel e o Hamas não chegaram a um acordo de cessar-fogo desde novembro, e as negociações têm sido interrompidas devido às demandas conflitantes de cada lado. Enquanto o Hamas busca o fim total das hostilidades e a retirada de Israel, o governo israelense mantém a postura de continuar a guerra até alcançar seus objetivos militares e políticos.
A pressão militar em Rafah é vista como uma estratégia para forçar o Hamas a aceitar as condições de cessar-fogo propostas por Israel. No entanto, a falta de consenso e as diferenças fundamentais nas posições das partes envolvidas dificultam a busca por uma solução duradoura para o conflito em Gaza.
Apesar dos esforços em curso para alcançar um acordo de paz, a situação em Rafah e em Gaza permanece volátil, com consequências humanitárias cada vez mais preocupantes. A comunidade internacional continua a monitorar de perto os desdobramentos na região, buscando soluções que garantam a segurança e o bem-estar da população local.
Atualização, 7 de março, 13:30 ET: Este artigo, publicado originalmente em 6 de março, foi atualizado para incluir novas informações sobre a operação em andamento em Rafah.