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Protestos na Turquia contra a prisão de líderes da esquerda pró-curda

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Protestos na Turquia contra prisão para líderes da esquerda pró-curda
© Mehmet Masum Suer/SOPA Images/LightRocket via Getty Image

Entre os alvos das sentenças emitidas na quinta-feira, num macro-julgamento que envolveu 108 arguidos, sob as acusações de “minar a unidade do Estado” e “incitar à violência”, estão os antigos líderes do partido de esquerda pró-curdo HDP (Partido Democrático dos Povos, atual DEM, Partido pela Igualdade e Democracia dos Povos) Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag.

Demirtas, que se candidatou à Presidência da Turquia em 2015, foi condenado a 42 anos de prisão, e Yuksekdag, a 30 anos e três meses.

No total, 24 pessoas, na maioria políticos do HDP, foram condenadas a penas que totalizam 408 anos de prisão.

As acusações contra os membros do HDP remontam a um período de protestos violentos nas cidades de Diyarbakir, Van e Sirnak no sudeste da Turquia, em 2014, que resultaram em várias mortes e danos materiais.

Os promotores afirmam que os políticos do HDP estavam envolvidos na organização e incitação desses distúrbios, acusando-os de colaborar com o PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, considerado uma organização terrorista pelo governo turco.

No entanto, os líderes do HDP e seus apoiadores negam veementemente as acusações, alegando que são vítimas de perseguição política por parte do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e de seu partido, o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento).

A comunidade internacional tem expressado preocupação com o julgamento em massa dos membros do HDP, com organizações de direitos humanos pedindo um processo justo e imparcial para todos os acusados.

O Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, condenou as sentenças, afirmando que representam um “golpe mortal” para a democracia na Turquia.

O governo turco, por sua vez, defende as condenações, argumentando que a ação judicial é necessária para combater o terrorismo e preservar a segurança nacional.

Desde a tentativa de golpe de Estado em 2016, o governo de Erdogan tem intensificado as medidas de repressão contra opositores políticos, jornalistas e membros da sociedade civil, levantando preocupações sobre a deterioração do estado de direito e das liberdades civis no país.

Os defensores dos direitos humanos alertam para o aumento da repressão nas últimas anos, com milhares de pessoas sendo presas, demitidas de seus empregos e silenciadas por criticarem o governo.

Enquanto isso, os membros do HDP e seus apoiadores prometem continuar lutando por justiça e democracia, apesar das condenações e da repressão do governo.

A situação política na Turquia permanece tensa, com divisões profundas entre os partidos políticos e a sociedade civil, enquanto o governo de Erdogan busca consolidar seu poder e suprimir qualquer forma de oposição.

À medida que o país continua enfrentando desafios internos e externos, a comunidade internacional segue atenta às violações dos direitos humanos e ao estado da democracia na Turquia, instando as autoridades a respeitarem os princípios fundamentais do Estado de Direito e da justiça.

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