O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não mediu esforços para fixar o seu lema de campanha. Com o slogan ‘Gallo Pinto’, o mandatário e candidato à reeleição pelo Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) se autointitulou como um galo valente, de raça e que canta alto, enquanto seus rivais foram rotulados como ‘patarucos’ – galos fracos sem capacidade de se defender.
A campanha eleitoral teve início em 4 de julho e o impacto do discurso pré-eleitoral foi imediatamente sentido. Milhares de chavistas encheram as ruas juntamente com imagens e camisetas estampadas com a frase “eu vou por meu Gallo Pinto”. Alguns manifestantes levaram até galos vivos para a demonstração de apoio. As músicas com o tema da campanha ecoaram nos carros de som que percorreram o trajeto do bairro de Catia até o Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano.
Em um discurso para seus eleitores, Maduro enalteceu a posição favorável do movimento chavista na disputa, porém alertou que é crucial que os eleitores se mantenham vigilantes. Ele destacou a importância de cada voto ser depositado para garantir “uma vitória” em homenagem ao ex-presidente Hugo Chávez.
Além disso, o presidente venezuelano definiu a linha discursiva da campanha, propondo um confronto entre amor e ódio, ultra passando a ideologia fascista. Maduro convocou a Venezuela a se unir em um abraço de diálogo, harmonia e concordância, ressaltando a necessidade do retorno aos valores de paz, amor e esperança.
Enquanto isso, a oposição liderada por María Corina Machado, que foi inabilitada pela Justiça venezuelana por 15 anos, deu início à sua campanha com uma marcha em Caracas em apoio ao ex-embaixador Edmundo González Urrutia. O lema da campanha opositora, representado pela “onda branca”, buscou mobilizar eleitores em favor da mudança e de um regime mais democrático.
As eleições presidenciais na Venezuela estão agendadas para 28 de julho, data que coincide com o aniversário do ex-presidente Hugo Chávez. Com um calendário eleitoral de apenas 21 dias para realizar manifestações públicas e angariar votos, os candidatos terão um desafio pela frente para apresentar suas propostas e convencer o eleitorado.
De acordo com a legislação eleitoral venezuelana, durante o período de campanha, os partidos políticos e candidatos terão direito a propagandas gratuitas nos meios de comunicação, respeitando o princípio da igualdade de tempo para todos os concorrentes. Também são proibidas práticas como propaganda anônima, uso de imagens históricas sem autorização, e a utilização de recursos públicos para financiamento das campanhas.
Neste cenário polarizado e crucial para o futuro político da Venezuela, a população se prepara para tomar uma decisão que poderá moldar os rumos do país nos próximos anos. Será fundamental que os eleitores avaliem as propostas dos candidatos, considerando os desafios e oportunidades que estão em jogo. A democracia venezuelana enfrenta mais um teste de fogo, e os olhos do mundo se voltam para o desenrolar desse processo eleitoral.
