O pedido para desistência também partiu de veículos tradicionais. O jornal The New York Times solicitou, por meio de um editorial, que o atual chefe da Casa Branca abandonasse a campanha pela reeleição. Até mesmo o ator e produtor George Clooney, um dos responsáveis por angariar fundos para a campanha, juntou-se ao coro daqueles que pediam para Biden desistir da corrida.
As gafes cometidas por Biden aumentaram a pressão. Em eventos realizados no mesmo dia, ele confundiu o nome da vice-presidente democrata Kamala Harris com o rival Donald Trump e chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de Vladimir Putin.
Segundo apuração da CNN, a liderança democrata conversou com o presidente dias antes do anúncio. A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, apresentou a Biden pesquisas que indicavam que ele não conseguiria derrotar Donald Trump e poderia prejudicar as chances democratas nas eleições da Câmara. O ex-presidente Barack Obama também evitou comentários públicos, mas seu ceticismo em relação a uma vitória de Biden não era segredo nos bastidores, segundo a CNN.
O ataque a tiros contra Trump não influenciou as intenções de voto, apesar das teorias da conspiração que tentaram culpar Biden. O republicano manteve uma pequena vantagem sobre Biden, com 43% contra 41%, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada dois dias após o incidente. Considerando a margem de erro de três pontos percentuais, os candidatos estão tecnicamente empatados.
Mudança de postura de Biden
Nos dias seguintes ao debate, o presidente Biden repetiu várias vezes que não desistiria da candidatura. Em uma entrevista com um apresentador de TV, foi questionado se renunciaria caso fosse convencido de que não conseguiria derrotar o republicano. Sua resposta foi: “Depende. Se o próprio Senhor Todo-Poderoso vier e me disser ‘Joe, saia da corrida’, eu posso fazer isso. Mas ele não fará isso.”
Cada nova gafe ou pressão política parecia afetar a posição de Biden e levantar dúvidas sobre sua permanência na corrida presidencial. Com a proximidade das eleições, a incerteza pairava sobre o partido democrata e seus apoiadores.
A retórica afiada e os erros de comunicação de Biden tornaram-se motivo de preocupação para seus aliados, que temiam que tais incidentes minassem sua credibilidade e suas chances eleitorais. Enquanto isso, os republicanos aproveitavam cada tropeço do candidato para fortalecer sua narrativa contra ele.
A cobertura midiática intensa dos deslizes de Biden contribuiu para a pressão crescente sobre ele para repensar sua participação na corrida. Mesmo os apoiadores mais fervorosos do democrata começaram a questionar sua capacidade de enfrentar Trump e vencer as eleições.
Como resultado da intensa pressão e das dúvidas em relação a sua candidatura, Biden viu-se obrigado a reavaliar sua estratégia e buscar formas de recuperar o terreno perdido perante o eleitorado. Sua resposta às críticas e aos apelos pela desistência foi crucial para moldar sua imagem pública e definir os rumos da campanha.
No entanto, apesar de todas as adversidades e dos desafios enfrentados ao longo da corrida eleitoral, Biden manteve sua determinação e sua vontade de lutar até o fim. Sua resiliência diante das críticas e dos obstáculos políticos revelou sua verdadeira força como candidato e como líder em potencial.