A adoção do horário de verão no Brasil, instituído em 1931, foi reavaliada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou que uma decisão sobre o assunto será tomada nos próximos dez dias. A possibilidade de implementar o horário de verão em 2024 foi discutida durante uma reunião da ONS, em que foi aprovado um indicativo favorável à medida.
Segundo Silveira, a política de planejamento do setor elétrico brasileiro busca equilibrar a segurança energética com a tarifa acessível para a população. A partir dessa premissa, a análise sobre a adoção do horário de verão será realizada. O horário de verão foi um recurso utilizado no Brasil de forma contínua de 1985 até 2019, quando foi revogado pelo governo anterior, alegando baixa efetividade.
Durante o encontro no Rio de Janeiro, na sede do ONS, técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) estiveram presentes. O Cemaden monitora os índices de volume de chuva no país desde 1950 e identificou que o Brasil está enfrentando o menor índice de chuvas dos últimos 74 anos. Silveira destacou que o horário de verão é uma medida importante para a sustentabilidade energética, citando o Canadá como exemplo de outro país que adota essa prática.
O ministro mencionou as questões técnicas que envolvem a implementação do horário de verão, enfatizando que, atualmente, não há problemas na geração de energia no Brasil, mesmo diante da crise hídrica. No entanto, ele alertou para a necessidade de despachar uma grande parte do parque térmico entre 18h e 21h, o que eleva os custos e a pressão sobre o sistema. Silveira ressaltou a importância de considerar a economia para os consumidores e manter uma margem de segurança no setor elétrico.
Além disso, o ministro ponderou sobre a demanda de transmissão de energia, levando em conta o pico de geração de energias renováveis, como a energia solar, que ocorre entre 14h e 16h. Ele destacou a importância de ajustar o horário de ponta de acordo com a geração disponível, garantindo que o sistema elétrico opere de forma eficiente.
A pesquisa recente revelou que a maioria dos brasileiros apoia a reativação do horário de verão, com maior adesão na região Sul do país. A decisão final sobre a implementação do horário de verão em 2024 ainda está em análise pelo governo federal, aguardando a avaliação do cenário energético e econômico do país. A sustentabilidade energética e a busca por um equilíbrio entre a oferta de energia e o custo para os consumidores são os principais fatores considerados nesse processo de decisão.
Com ABR.
