Processos Judiciais de Trump contra a Mídia: Uma Visão Preocupante dos Próximos Quatro Anos
O presidente eleito Donald Trump é conhecido por seu desprezo pela mídia, e duas ações judiciais movidas por ele contra organizações de notícias oferecem uma visão preocupante do que pode acontecer nos próximos quatro anos para veículos e repórteres que cobrem seu governo.
A Disney, empresa controladora da ABC News, concordou em um acordo de US$ 15 milhões com Trump; o presidente processou a empresa após o âncora George Stephanopoulos dizer erroneamente que Trump foi responsabilizado pelo estupro da escritora E. Jean Carroll, quando na verdade foi por abuso sexual. Além disso, Trump processou o Des Moines Register, um jornal de Iowa, por publicar uma pesquisa que indicava a vitória da vice-presidente Kamala Harris no estado, alegando interferência eleitoral. Esses processos se somam a outros contra a CBS e a editora Simon & Schuster.
Essas ações judiciais, conhecidas como SLAPP, têm o objetivo de desencorajar a participação pública e questionar se vale a pena para as organizações de notícias publicar reportagens críticas sobre figuras públicas, dada a ameaça financeira e legal.
Sobre as Ações Judiciais de Trump
Os processos de difamação movidos por Trump contra a ABC, Des Moines Register e Ann Selzer são exemplos de SLAPP, que visam intimidar e punir críticos, mesmo que não sejam legalmente fundamentados. O objetivo não é tanto vencer, mas enviar uma mensagem de medo e inibir a liberdade de imprensa.
O presidente pode não ganhar esses processos, mas seu objetivo é criar custos e medo entre aqueles que se manifestam contra ele. As ações SLAPP têm uma longa história nos EUA, mas as proteções à liberdade de imprensa estão em constante ameaça, especialmente sob o governo de Trump.
Embora existam leis anti-SLAPP em muitos estados, Trump continua a mover processos que podem inspirar imitadores, colocando em risco a liberdade de imprensa e a capacidade dos veículos de informar o público de forma crítica e independente.