“A visita do primeiro-ministro Viktor Orbán a Moscovo insere-se exclusivamente no quadro das relações bilaterais entre a Hungria e a Rússia”, salienta o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, num comunicado hoje divulgado.
Numa altura em que a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da UE, desde a passada segunda-feira e até 31 de dezembro, o responsável assinalou que “tal não implica qualquer representação externa da União, que é da responsabilidade do presidente do Conselho Europeu, a nível de chefe de Estado ou de Governo, e do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, a nível ministerial”.
“O primeiro-ministro Orbán não recebeu qualquer mandato do Conselho da UE para visitar Moscovo. A posição da UE sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia reflete-se em muitas conclusões do Conselho Europeu […] e exclui contactos oficiais entre a UE e o Presidente [russo], Putin”, indica Josep Borrell na UE.
A visita de Viktor Orbán a Moscovo tem gerado controvérsia e levantado questões sobre a posição da Hungria em relação à Rússia, especialmente num momento em que a União Europeia se encontra em alerta devido à situação na Ucrânia.
De acordo com fontes próximas do primeiro-ministro húngaro, a visita teve como objetivo fortalecer os laços comerciais entre os dois países, bem como discutir questões de segurança regional, como a situação na Ucrânia e no Cáucaso.
No entanto, a falta de transparência em relação aos temas discutidos durante o encontro levantou preocupações entre os líderes da UE, que temem que a Hungria esteja buscando fortalecer a sua relação com a Rússia em detrimento da unidade europeia.
A posição oficial da União Europeia é clara: as relações bilaterais entre os Estados-membros e terceiros países devem respeitar os princípios e valores da UE, especialmente no que diz respeito ao respeito pelos direitos humanos, à democracia e ao Estado de direito.
Neste sentido, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, reiterou que qualquer ação de um Estado-membro que possa comprometer a unidade e a coesão da UE será objeto de avaliação e poderá resultar em medidas disciplinares.
A visita de Viktor Orbán a Moscovo não passou despercebida aos olhos dos líderes europeus, que estão atentos a qualquer sinal de divisão dentro da União. A situação na Ucrânia é delicada e a UE não pode dar margem para interpretações ambíguas sobre o seu posicionamento em relação à Rússia.
É fundamental que os Estados-membros atuem de forma coordenada e coesa, respeitando os princípios e valores que norteiam a União Europeia. A visita de Orbán a Moscovo deve servir de alerta para a necessidade de reforçar a coesão e a solidariedade entre os países membros.
A Europa enfrenta desafios geopolíticos cada vez mais complexos, e a unidade dos Estados-membros é essencial para garantir a segurança e a estabilidade do continente. A visita de Viktor Orbán a Moscovo deve servir como um lembrete da importância de uma política externa comum e coordenada.
Em última análise, a posição da União Europeia em relação à Rússia deve ser clara e inequívoca, baseada nos valores e princípios que regem a comunidade europeia. Qualquer ação que possa comprometer a unidade e a coesão da UE deve ser tratada com rigor e determinação, em defesa dos interesses e valores europeus.