Alemanha, França e Espanha montam a maior expedição aérea da história europeia para atuar em cinco exercícios militares no Indo-Pacífico.
Com uma demonstração de força para os aliados China e Rússia, os três países europeus decidiram unir forças em uma missão aérea de grande impacto. A expedição, nomeada de Pacific Skies, conta com 48 aeronaves, incluindo caças, aviões de transporte, reabastecimento aéreo e helicópteros. O objetivo é participar de cinco diferentes exercícios militares no Indo-Pacífico, região estratégica para Pequim na rivalidade com os Estados Unidos na atual Guerra Fria.
Essa é também a primeira ação conjunta do programa FCAS, que visa o desenvolvimento de um caça de sexta geração e drones comandados a partir dele. A missão, que começou no final de junho e se estenderá até meados de agosto, representa um marco na cooperação militar entre os países europeus envolvidos.
Do ponto de vista político, a expedição também é uma resposta à incerteza em relação às relações transatlânticas, que podem ser afetadas por uma eventual vitória de Donald Trump nas próximas eleições americanas. A escolha do Indo-Pacífico como local da missão demonstra o interesse dos europeus em participar do grande jogo geopolítico do século 21, que envolve a rivalidade entre o Ocidente liderado pelos EUA e a China.
Apesar das limitações econômicas em comparação com os EUA, a ação conjunta dos países europeus visa unir forças e orçamentos em missões futuras. A presença de aeronaves como os caças Rafale e Eurofighter, além de aviões de transporte pesado, helicópteros e aeronaves de reabastecimento, mostra a diversidade de capacidades dos países envolvidos na missão.
A expedição começou com o exercício Arctic Defender, no Alasca, com foco na defesa de área e ataques de precisão ao solo. A seguir, as aeronaves serão enviadas ao Japão, Austrália e Índia para participar de outros exercícios militares importantes na região do Pacífico.
O Pacific Skies envolve não apenas um aspecto militar, mas também estratégico, mostrando a determinação dos europeus em se envolver em questões globais de segurança. A presença de caças alemães, franceses e espanhóis em operações conjuntas é um sinal da cooperação internacional no âmbito da defesa.
A rivalidade entre China e Rússia e seus movimentos militares no Pacífico têm motivado ações coordenadas entre os países ocidentais, que buscam reforçar sua presença e capacidade de resposta na região. A nova configuração geopolítica mundial exige que os europeus estejam preparados para lidar com desafios cada vez mais complexos.
Com a participação em exercícios militares conjuntos e a busca por uma maior integração das forças aéreas, a missão Pacific Skies representa um passo importante na evolução da cooperação militar entre os países europeus. A expectativa é que essa iniciativa contribua para o fortalecimento da segurança e estabilidade na região do Indo-Pacífico, em um contexto de crescente competição entre potências globais.