A investigação da Polícia Militar sobre policiais flagrados cantando uma música que celebra o Massacre do Carandiru no Centro de Policiamento de Choque, em São Paulo, está em andamento. Um vídeo mostra um agente cantando a canção, rodeado por outros militares que repetem a letra sorrindo. A letra da música repleta de violência e desrespeito relembra o trágico episódio do massacre, ocorrido em 1992, onde 111 presos perderam suas vidas durante uma rebelião no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo. O Coronel Ubiratan Guimarães, mencionado na música, liderou a operação da PM no Carandiru e foi condenado em 2001 a uma pena de 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 prisioneiros.
A Polícia Militar, em nota oficial, afirmou que o Comando do Policiamento de Choque está investigando o caso e que as condutas dos policiais nas imagens não refletem os valores da instituição. Medidas apropriadas serão adotadas. A CNN consultou Cláudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo, que acionou a Corregedoria da PM para investigar e responsabilizar os envolvidos. A Ouvidoria recebeu uma denúncia anônima do vídeo, expondo a reprovação da sociedade diante do acontecido.
O passado sombrio e vergonhoso do Massacre do Carandiru não deve ser celebrado ou glorificado, como destacado pelo ouvidor das polícias de São Paulo. A importância de investigar e punir os responsáveis por atos desrespeitosos e violentos é crucial para manter a integridade e o respeito dentro da corporação policial.
É lamentável ver membros das forças de segurança pública envolvidos em situações que desonram a memória das vítimas do Massacre do Carandiru e mancham a imagem da instituição. A sociedade espera e exige transparência, responsabilidade e respeito por parte dos agentes responsáveis pela segurança pública.
A história do Carandiru não pode ser esquecida ou minimizada. A tragédia que ocorreu naquele dia deve servir como lição e lembrança constante da importância de respeitar os direitos humanos e atuar dentro dos limites da lei. A celebração da violência e da brutalidade só contribui para perpetuar um ciclo de dor e sofrimento.
É fundamental que a Polícia Militar e demais órgãos responsáveis investiguem profundamente o caso e tomem as medidas necessárias para garantir que atitudes como essas não se repitam. O respeito pela vida e pelos direitos humanos deve estar acima de qualquer instinto violento ou de comemoração mórbida.
A sociedade aguarda com expectativa as ações que serão tomadas para responsabilizar os envolvidos e garantir que episódios como esse não voltem a manchar a reputação da instituição policial. O respeito, a ética e a dignidade devem ser pilares inegociáveis dentro da Polícia Militar e de todas as instituições responsáveis pela segurança e bem-estar da população. A confiança da sociedade nas forças de segurança pública depende do comportamento exemplar e respeitoso de seus membros.