A indicação de J.D. Vance como vice-presidente é um sinal claro da confiança de Donald Trump em uma vitória em novembro. O cientista político Michael Traugott, da Universidade de Michigan, destaca que Trump se sente à vontade para escolher um companheiro republicano com posições ainda mais à direita que as suas.
Vance, jovem, ex-crítico e autor de best-seller, foi escolhido para ser o vice de Trump, o que indica uma visão para o futuro do Partido Republicano alinhada com a do ex-presidente.
Segundo Traugott, Trump nunca se interessou em ampliar sua base de eleitores, e a escolha de Vance, que se posiciona a favor de restrições ao aborto, oferece aos democratas uma oportunidade de debater o assunto.
O cientista político destaca a falta de experiência de Vance, de 39 anos, em comparação com Kamala Harris, de 59, especialmente no que diz respeito ao papel de vice-presidente.
Clayton Allen, da consultoria de risco Eurasia, aponta que a escolha de Vance reforça os pilares do populismo e do protecionismo econômico que marcaram o governo de Trump.
Para Allen, Trump tinha a liberdade de escolher um vice alinhado com sua visão, sem se preocupar em mudar drasticamente o rumo da corrida eleitoral.
O vice de Trump que se recusou a impedir a diplomação de Joe Biden em 2020, Mike Pence, foi excluído do cenário político atual, enquanto Vance, antes um crítico de Trump, ganhou destaque pela lealdade ao ex-presidente.
A escolha de Vance pode ser usada pelos democratas para associá-lo ao Projeto 2025, aumentando a complexidade da corrida eleitoral.
Patrick Healy, do New York Times, destaca que Vance, apesar de representar um estado predominantemente republicano, pode influenciar os eleitores do Meio-Oeste e de regiões-chave como Wisconsin, Pensilvânia e Michigan.
Analistas acreditam que Vance, se eleito, fortalecerá o isolacionismo trumpista, conforme indicado por declarações anteriores do político.
Em suma, a escolha de Vance como vice-presidente de Trump representa uma aposta na continuidade da linha ideológica do Partido Republicano sob a liderança do ex-presidente. A influência do candidato nas eleições de novembro e no futuro da política americana ainda está por se desenrolar, mas sua presença na chapa republicana certamente marcará o cenário político atual.