No último ano, o Brasil viu uma redução no número de mortes violentas, conforme revelado pelo 18.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, compilado a partir dos dados das Secretarias de Segurança de todos os estados do país. Apesar dessa diminuição, a taxa de mortalidade violenta ainda é alarmante, com 22,8 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados apontam para uma tendência consistente de queda na violência letal desde 2018, mas o país ainda não pode ser considerado seguro. A taxa de mortes violentas no Brasil é quase quatro vezes maior do que a média global de homicídios, que é de 5,8 por 100 mil habitantes, segundo a ONU.
A redução da violência letal no Brasil não é uniforme, com seis estados apresentando um aumento nos homicídios: Amapá (39,8%), Mato Grosso (8,1%), Mato Grosso do Sul (6,2%), Pernambuco (6,2%), Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4%). Essa disparidade indica que as regiões mais pobres do nordeste e norte do país continuam sendo as mais violentas, com taxas de homicídio significativamente acima da média nacional.
Essa situação é atribuída a disputas entre facções criminosas pelo controle das rotas de tráfico de drogas vindas da Colômbia, Peru e Bolívia. O crime organizado expandiu sua influência nas regiões norte e nordeste do Brasil, que sofrem com a falta de presença do Estado, fronteiras porosas, altos índices de pobreza e escassez de oportunidades para os jovens.
Além disso, essas regiões enfrentam altas taxas de letalidade policial. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública relatou que as polícias brasileiras mataram 6.393 pessoas no ano passado, sendo a maioria negra, do sexo masculino e com idades entre 12 e 29 anos.
Diante desse cenário, é crucial reconhecer que os níveis de violência no Brasil permanecem elevados e podem até mesmo estar subestimados. A segurança pública continua sendo um grande desafio, exigindo ações efetivas para combater a criminalidade e proteger a população.
A notícia de uma redução nos assassinatos no Brasil é um sinal positivo, mas ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos. É essencial que as autoridades e a sociedade como um todo trabalhem juntas para enfrentar esse problema de forma abrangente e eficaz.