Os disparos da polícia causaram mais da metade das mortes, segundo relatos de funcionários do hospital. O grupo principal que lidera os protestos, o Students Against Discrimination (Estudantes contra a discriminação), teve dois de seus líderes presos desde sexta-feira. Um importante membro do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), o principal partido de oposição, também foi detido na madrugada deste sábado, conforme informou o porta-voz do partido, Sairul Islam Khan.
A situação em Rangpur na sexta-feira foi caótica, com milhares de pessoas cercando uma base policial e resultando na morte de três manifestantes. Os hospitais e a polícia relataram que outras 10 pessoas morreram devido aos confrontos do dia anterior, além de mais 105 mortes registradas desde terça-feira.
Os disparos da polícia foram responsáveis por mais da metade das mortes ocorridas desde o início da semana, de acordo com relatos de funcionários hospitalares. Babu Ram Pant, da Anistia Internacional, afirmou em um comunicado que o crescente número de mortes é uma prova chocante da intolerância das autoridades de Bangladesh diante de protestos e dissidências.
Na quinta-feira, foi imposto um blecaute de internet em todo o país, ainda em vigor, afetando gravemente as comunicações dentro e fora de Bangladesh. Os sites governamentais estão inacessíveis e os principais jornais, como o Dhaka Tribune e o Daily Star, não conseguem atualizar suas redes sociais desde quinta-feira. A Bangladesh Television, emissora estatal, também está offline após sua sede em Daca ter sido incendiada por manifestantes no mesmo dia.