A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou e fugiu do país na segunda-feira, após semanas de agitação. Hasina foi transportada em um helicóptero militar para a Índia, depois que multidões invadiram sua residência na capital Daca. O movimento que resultou na queda da primeira-ministra começou com estudantes frustrados com a falta de empregos, expandindo para incluir cidadãos enfrentando dificuldades econômicas. O futuro do país permanece incerto, com um governo interino apoiado pelos militares assumindo o poder.
Após 15 anos no poder, o legado de Hasina é controverso. Seu governo melhorou a infraestrutura e as oportunidades de desenvolvimento, mas reprimiu a imprensa e a oposição. O general do exército Waker-uz-Zaman anunciou que os militares assumiram o controle do governo, dissolvendo o parlamento e planejando novas eleições. Bangladesh enfrenta um período de incerteza, sem saber o que o futuro reserva.
Como Bangladesh chegou ao ponto de ruptura
Hasina faz parte de uma das duas dinastias políticas de Bangladesh, alternando o poder desde a fundação do país em 1971. Eleita em 1996, Hasina serviu até 2001, quando foi derrotada por sua oponente, a ex-primeira-ministra Khaleda Zia. A intensa polarização política e econômica levou aos protestos, com muitos jovens educados enfrentando dificuldades de emprego devido a um sistema de cotas criticado.
Embora Hasina tenha impulsionado o crescimento econômico, problemas como alta inflação afetam a população. As eleições fraudulentas de 2018 e 2022 levaram a um descontentamento generalizado, culminando nos protestos que resultaram na saída de Hasina. O país enfrenta uma transição histórica, com incertezas sobre o futuro democrático de Bangladesh.