O caos se instaurou no primeiro dia da paralisação dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife. Com a alta demanda dos passageiros e a baixa oferta de ônibus, mais de 1,2 milhão de pessoas foram afetadas pela greve.
No Terminal Integrado da Joana Bezerra, no centro do Recife, as filas se estendem por longas distâncias. Com 11 linhas operando e atendendo a mais de 40 mil usuários, a espera por transporte coletivo se tornou uma verdadeira provação.
Hélio Soares, zelador de 49 anos, enfrentou mais de uma hora de espera pelo ônibus que o levaria do TI CDU/TI Joana Bezerra ao trabalho, na Madalena, Zona Oeste do Recife. Ele chegou às 5h50 da manhã e viu a dificuldade de locomoção aumentar.
A situação se agrava com a falta de diálogo entre o governo de Pernambuco e os empresários. A empresa Urbana-PE anunciou que irá recorrer à Justiça do Trabalho diante do bloqueio das garagens e da baixa adesão à frota mínima de 70%, estabelecida pelo Grande Recife Consórcio de Transporte.
A doméstica Janicleide Alves, ex-cobradora de ônibus, conhece as dificuldades enfrentadas pelos rodoviários e apoia a greve, apesar dos transtornos causados pela espera. Para ela, a paralisação é necessária para reivindicar melhores condições de trabalho.
Já Braziliano Neto, auxiliar de suprimentos de 47 anos, desistiu de esperar pelo ônibus e optou por chamar um aplicativo de transporte. Ele criticou a falta de suporte aos trabalhadores que dependem do transporte público e destacou a dificuldade enfrentada diariamente.
Enquanto os passageiros lutam para chegar aos seus destinos, a incerteza paira sobre o desfecho da greve dos rodoviários na Região Metropolitana do Recife. As medidas judiciais tomadas pela Urbana-PE buscam minimizar o impacto da paralisação na vida da população local.
A falta de consenso entre as partes envolvidas e o descumprimento da lei de greve tornam o cenário ainda mais complicado. Enquanto isso, os passageiros se veem no meio de um impasse que afeta diretamente a sua rotina e compromete o direito de ir e vir de milhares de pessoas na região.