A renomada atriz norte-americana Meryl Streep fez um chamado à atenção para a repressão dos direitos das mulheres no Afeganistão durante um debate na Assembleia Geral da ONU. Ela afirmou que, atualmente, "uma gata tem mais liberdade do que uma mulher" nesse país.
Durante o evento realizado à margem da Assembleia-Geral da ONU, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, Streep enfatizou a disparidade de liberdade entre mulheres e animais. Ela declarou: "Hoje, em Cabul, uma gata tem mais liberdade do que uma mulher. Uma gata pode sentar-se no seu alpendre e sentir o sol na cara, pode tentar apanhar um esquilo no parque. O esquilo tem mais direitos que uma rapariga no Afeganistão, porque os parques públicos foram barrados pelos talibãs a mulheres e raparigas."
A atriz também foi uma das vozes que pediu ação por parte da comunidade internacional, condenando os limites impostos pelo regime talibã à liberdade das mulheres afegãs. Destacou-se que dezenas de mulheres afegãs têm usado as redes sociais para publicar vídeos protestando contra a proibição imposta pelos talibãs, que veta o som público da voz feminina.
No mês passado, o governo talibã ratificou uma lei que obriga as mulheres afegãs a usarem véu e proíbe o som em público, incluindo cantar, recitar ou falar para microfones. Streep criticou essas medidas, salientando que "um pássaro pode cantar em Cabul, mas uma rapariga não o pode fazer em público". Ela pediu mais ação por parte das Nações Unidas para ajudar as mulheres afegãs nesse cenário de restrições crescentes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou sobre a situação, enfatizando a importância do papel das mulheres na sociedade afegã. Ele ressaltou que sem mulheres educadas, empregadas e reconhecidas em cargos de liderança, o Afeganistão nunca alcançará seu verdadeiro potencial no cenário global.
Em resposta às declarações de Streep, um porta-voz talibã, Suhail Shaheen, refutou as críticas, afirmando que as mulheres são "altamente respeitadas" e desempenham papéis essenciais na família e na sociedade. Ele também destacou que várias mulheres trabalham em serviços públicos no Afeganistão.
O governo talibã, que retomou o poder em 2021, já havia criticado a ONU por não convidar seu representante para a Assembleia-Geral. Essas tensões refletem o ambiente delicado e complexo que as mulheres afegãs enfrentam diariamente em meio a restrições cada vez mais severas impostas pelo regime talibã.
Este é um momento crucial para a comunidade internacional se unir em defesa dos direitos das mulheres afegãs e garantir que sua voz seja ouvida e respeitada em todo o mundo. A liberdade e a igualdade de gênero são valores fundamentais que devem ser protegidos e promovidos em todas as sociedades, sem exceção. Juntos, podemos fazer a diferença e lutar por um futuro mais justo e igualitário para todos.