O dólar encerrou em queda de 2,32% nesta quarta-feira, chegando a R$ 6,12 após uma série de alívios ao longo do dia. A injeção de US$ 8 bilhões pelo Banco Central iniciou a trajetória de queda, seguida por declarações de Gabriel Galípolo e Roberto Campos Neto, além da aprovação do texto-base da PEC no Câmara. Foram vendidos US$ 8 bilhões nos dois leilões no mercado à vista, a maior intervenção diária desde 1999, quando o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante.
Um primeiro leilão de US$ 3 bilhões não foi suficiente, levando a outro de US$ 5 bilhões, o maior já feito em vinte e cinco anos. Durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, Roberto Campos Neto reafirmou a natureza flutuante do câmbio no Brasil, destacando a saída extraordinária de recursos do país neste fim de ano como justificativa para a ação do Banco Central. Ele assegurou que a instituição possui reservas internacionais acima de US$ 350 bilhões e atuará no câmbio se necessário.
Analistas aprovaram a apresentação, ressaltando que as falas conjuntas de Galípolo e Campos Neto contribuíram para a valorização do real. Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, destacou a importância da venda pelo Banco Central e das declarações dos presidentes para a melhora do mercado.
Após a aprovação da PEC, o dólar ainda caiu mais, evidenciando a influência do cenário fiscal no preço do câmbio. A votação do pacote fiscal no Congresso também impactou o mercado, com a aprovação de medidas para cumprir metas fiscais e a expectativa de votações adicionais.
A forte oscilação do dólar ao longo do dia refletiu a intervenção do Banco Central, somando US$ 8 bilhões em propostas. O câmbio renovou o recorde nominal intraday, mas a moeda não fechará em novo patamar histórico se mantiver a operação abaixo de R$ 6,20. A valorização no ano já alcançou quase 30%.
O governo enfrenta pressão para aprovar as propostas antes do recesso de fim de ano do Congresso, com a necessidade de garantir a estabilidade e a confiança no mercado financeiro. A votação dos pontos restantes do pacote fiscal e a continuidade das medidas de contenção de despesas devem influenciar o cenário cambial nas próximas semanas.