Kyiv elogia proposta de paz de Boris Johnson após encontro com Trump
Em um artigo de opinião publicado no diário Daily Mail, Boris Johnson sugeriu a possibilidade de Donald Trump levantar as restrições que os EUA continuam a impor a Kiev sobre a utilização de armamento norte-americano contra território da Rússia. O objetivo seria forçar Vladimir Putin, Presidente russo, a retirar-se de todas as zonas da Ucrânia ocupadas pela Rússia desde 24 de fevereiro de 2022.
A vice-primeira-ministra ucraniana, Stefanishina, elogiou a valentia de Johnson por ter mantido um encontro com Trump por iniciativa própria. Ela destacou a atuação a favor dos interesses da Ucrânia por parte de Johnson, que durante seu mandato como primeiro-ministro britânico (2019-2022) demonstrou firme apoio político e militar ao país. Segundo ela, Johnson conhece a posição do Presidente Volodymyr Zelensky e tem autoridade, reconhecimento e comunicação com os membros do Partido Republicano.
As críticas de Trump ao apoio financeiro da administração democrata à Ucrânia e suas promessas de encerrar a guerra em 24 horas geraram preocupações entre a liderança ucraniana. Há o receio de que Trump busque garantir a paz forçando a Ucrânia a abrir mão do território sob controle russo.
A Europa tem sido instigada por Trump e sua facção dominante no Partido Republicano a assumir sua própria segurança e reduzir o envolvimento dos EUA no continente europeu. No entanto, Boris Johnson parece tentar contrariar essa tendência com sua iniciativa atual.
O ex-primeiro-ministro britânico teve uma influência decisiva no colapso de um acordo negociado entre Moscovo e Kiev em 2022. Na época, os ocidentais convenceram os líderes ucranianos a rejeitar o acordo, prometendo armas e a derrota russa.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, desencadeou a crise de segurança mais grave enfrentada pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Ucrânia tem recebido ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também impuseram sanções a setores-chave da economia russa para enfraquecer a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Os recentes meses têm sido marcados por ataques aéreos em larga escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas. Enquanto isso, as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximo da fronteira e na península da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014.
A Ucrânia, já no terceiro ano de guerra, enfrenta escassez de soldados e armamento, apesar das promessas de ajuda dos aliados ocidentais. No entanto, essas promessas começaram a se concretizar.
Em resumo, a proposta de paz de Boris Johnson, após o encontro com Trump, representa um novo capítulo nas relações geopolíticas envolvendo a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos. A iniciativa busca trazer estabilidade para a região e garantir a segurança da Ucrânia diante do conflito em curso.
